As crianças que nasceram durante a presente pandemia, em seus seis meses de duração no Brasil, com características distintas em cada região, trazem tópicos de reflexão que ainda não foram devidamente tratados pela ciência e pela imprensa. Um deles é a paternidade, pois os bebês que estão vindo agora ao mundo pertencem ao signo do medo e da esperança.
"Paternidade", imagem de Ge Guevara que acompanha este post, trabalha esses dois aspectos. Por um lado, temos o receio e os cuidados que devem acompanhar pais e mães neste momento inédito para todos nós. Higienização, máscara e isolamento social são uma espécie de Santíssima Trindade a nos acompanhar neste período.
Por outro, cada criança que nasce é um símbolo de esperança. Sempre foi e será assim, mas o universo pandêmico obriga a refletir com responsabilidade redobrada sobre a sociedade estamos a construir para quem está surgindo e para quem virá. As possibilidades de um amanhã melhor precisam ser reforçadas pela ação de todos.
O papel do sexo masculino nessa nova conjuntura também é um dado importante. Com o confinamento, desemprego e crianças em casa, o relacionamento entre casais também foi colocado em xeque, demandando-se dos homens a sua maior participação no lar, o que envolve também um dos mais belos desafios da existência: o do exercício da paternidade.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br