A natureza tem uma potência vital impressionante. Sua força visual impressiona e nos leva a perceber a nossa pequenez perante o mundo. É isso o que acontece quando observamos o quadro “Luar em Balaton”, da Série Hungria, de Julianna Vidnik. A utilização das tonalidades de azul nos faz mergulhar em um mundo de equilíbrio e harmonia.
Localizado na Hungria, sendo o maior da Europa Central e Oriental, o Lago Balaton é considerado o Mar Húngaro, pois o país não tem costa marítima. Durante o verão, é local de banhos, nado, navegação, pesca e esportes aquáticos, tendo ainda atrações à suas margens, como os vinhedos, ao norte; e a vida noturna, ao sul.
A pintora capta a magia do local numa noite de luar regida pela luminosidade. O céu, a lua, as nuvens, as colinas e a água compõem um todo que se caracteriza pela grandiosidade e delicadeza. Esses dois elementos, que parecem antagônicos, se complementam plasticamente. O trabalho, por um lado, apresenta a amplidão da paisagem; e, por outro, manifesta um sutil exercício de criar.
É a grandeza do lago que nos faz sentir pequenos. No azuis de Julianna Vidnik nos perdemos para podermos nos reencontrar como seres humanos renovados, pois é justamente quando se está perante o infinito que tomamos consciência de nossa finitude. A beleza da pintura do lago nos torna, assim, mais próximos da capacidade de nos renovarmos.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br