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Qual é o seu sonho?

Qual é o seu sonho?
29/08/2020

Em 28 de agosto de 1963, o pastor e político americano Martin Luther King realizou seu célebre discurso “Eu Tenho um Sonho" (“I Have a Dream”), no qual falava da necessidade de união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro. Além de encantar as mais de 200 mil pessoas presentes no ato, o texto continua a inspirar pessoas em todo o mundo.

Por isso, perguntamos a artistas plásticos qual era o seu sonho. Alguns se posicionaram nos ofertando a sua visão de mundo. O desejo de cada um, seja individual ou coletivo, representa uma percepção e interpretação daquilo está dentro de si e ao seu redor – e, de uma maneira ou de outra, isso é levado para suas obras plásticas.

Ivone Teixeira Carvalho, por exemplo, quer “ter um mundo em que todos se respeitem, livres da ganância, do ódio e de todas as pestes e doenças”. João Generoso caminha pelas veredas do intelecto, dizendo “O meu sonho e ter mais sabedoria...”. Já Sara Beltz reúne dois aspectos: “Tomar a vacina e vender minhas mil obras”.

Silvia Maia afirma “O meu sonho ter lucidez para fazer as melhores escolhas para termos um mundo melhor”. Inácio Rodrigues vai na mesma linha de raciocínio: “O meu e que a humanidade seja mais fraterna, pelo menos!”. São duas manifestações que nos fazem pensar sobre a possibilidade de que a humanidade desperte para uma consciência maior de si mesma.

Wladmir Amoroso manifesta: “Meu sonho é um país onde não precise mais ver crianças nos faróis e seres humanos abandonados nas praças dormindo em barracas improvisadas com papelão. É ver famílias estruturadas, iguais aquelas que eu vi nos anos da minha infância, e traficantes na cadeia pagando pelo que causaram na sociedade e nos jovens. Meu sonho se resume tudo em um sonho só, mas é mesmo um sonho. Quando acordo, abro meus olhos e eles se enchem de lágrimas, lágrimas da desesperança”.

Angela Cestari, por sua vez, retoma o sentido do texto de Martin Luther King: “Acabar com o racismo!”. Feito nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C., o discurso, que integrou a Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, se tornou um marco do Movimento Americano pelos Direitos Civis e permanece assim vivo em cada um de nós.

A imagem que ilustra este texto é o quadro "O Sonho" (1932), de Pablo Picasso.

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br