Antepassado
A arte permite tantos caminhos que muitas vezes se torna difícil saber qual escolher. A obra “Antepassado”, de Klaudya Kaell, nos leva a pensar sobre isso. A artista coloca ali toda uma carga de energia criativa que vai desde a seleção da imagem a ser pintada até a busca das melhores soluções técnicas para o que se deseja realizar.
O fazer arte com qualidade demanda justamente o progressivo amadurecimento dessa concepção de mundo. Não basta ter uma imagem que se relacione diretamente com o assunto escolhido. É essencial encontrar a forma de representação visual desse sentimento. Se o tema é uma paisagem, por exemplo, luzes e sombras são essenciais no processo de composição.
A quantidade de escolhas a serem realizadas no momento de uma criação visual pode passar despercebida para o artista que trabalha aparentemente de maneira mais intuitiva, mas elas ocorrem mesmo de maneira inconsciente. Para cada novo problema ou desafio proposto, um trabalho visual pode e deve ser feito.
Assim é construída uma jornada em que não há ganhadores ou perdedores. É o processo do caminhar pela vereda das manifestações visuais que se manifesta a cada novo passo. Nesse jogo, as incertezas são muito maiores que as certezas. Manter as dúvidas em alta e reverenciar com respeito e espírito crítico os antepassados são sempre excelentes alternativas.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br