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Intolerância religiosa

Intolerância religiosa
24/08/2020

Há temas que precisam ser continuamente discutidos para que não caiam no esquecimento. Um deles é a intolerância religiosa. Entendida como um ato de discriminação ou ofensa diretamente contra religiões, liturgias e cultos, ou contra as pessoas que tenham determinadas práticas religiosas e crenças, é infelizmente mais comum o que se pensa.

Especificamente no Brasil, a questão está muito associada ao racismo, já que a intolerância é praticada, em maior escala, contra os adeptos das religiões de matriz africana dentro de um contexto de atitudes que buscam desvalorizar e anular crenças relacionadas aos negros. Mas a violência também ocorre contra templos de outras religiões.

Na imagem que ilustra este post, a artista visual Rosângela Politano, de Socorro, SP, nos traz uma instalação que enfoca o tema e que tem suas raízes na cena que viu, quando criança, de um grupo de garotos quebrando os santos de uma capela católica. Há ainda o tristemente célebre episódio da imagem de Nossa Senhora Aparecida vandalizada em 1978.

Essas atitudes acirram confrontos. Historicamente, a intolerância religiosa gerou e gera guerras, pois as crenças se associam à política. Com o pensamento republicano e democrático, temos o Estado laico, em que a inexistência de um vínculo direto entre Estado e religião auxiliaria a combater esses radicalismos, proporcionando um diálogo rico e construtivo.

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br