O período da pandemia trouxe em seu DNA a necessidade de reflexão. Mesmo as pessoas que não foram direta ou indiretamente atingidas pela perda ou adoecimento de alguém querido ou pelas consequências econômicas deste momento, foram obrigadas a repensar valores perante uma inesperada comprovação da efemeridade da existência.
O mergulho em si mesmo motivado pelo isolamento social levou também a um questionamento não só de mi mesmo, mas da relatividade da vida. Nesse ponto, a religiosidade desempenha um pape essencial. Neste post, temos um conjunto de obras de José Benedito Ferreira, o Zé, que tem Jesus Cristo crucificado como protagonista.
Esse mosaico de obras, produzidas em um período de 15 anos, retrata o conceito do Amor pela Humanidade daquele que, dentro da tradição cristã, morreu para salvar a todos. Daltônico, o artista não vê as cores que os outros veem, mas faz com que as sintamos em sua reflexão sobre o conceito de Dor Universal que pode libertar em direção à Salvação.
O conjunto de trabalhos, visto neste momento de pandemia, torna-se uma espécie de bálsamo no sentido de uma manifestação visual que trabalha com as ideias de Fé e de Esperança dentro de uma visão de mundo em que a arte tem o importante papel de corporificar as necessidades e sentimentos humanos.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br