A força do conjunto visual
A atividade artística é um fluir de ações. Por um lado, o artista, em seu processo de crescimento contínuo, ao lidar cada vez melhor com a técnica, também vai amadurecendo como pessoa. Esses dois caminhos são simultâneos. Cada obra pode ser considerada, nessa óptica, como um passo rumo ao aperfeiçoamento.
As imagens criadas por Clóvis Camargo (@clovis.cmrg) constituem uma espécie de painel da sociedade e da alma dos retratados. Seus personagens se caracterizam por um trabalho que tem nos olhos uma de suas características essenciais, mas que apresenta uma relação sempre muito importante entre a figura central e o seu entorno.
Um dos méritos do artista está justamente em conseguir esse equilíbrio entre o protagonista da cena e o ambiente que o circunda. Trata-se de um jogo complexo, pois muitos de seus trabalhos, em que existe uma crítica social, por exemplo, dependem justamente dessa interação entre protagonista e atmosfera.
Um grande ensinamento da pintura de Clóvis Camargo está nessa preocupação plástica com o conjunto. Se a figura humana é importante e merece todo o carinho e atenção do criador, inclusive num processo de constante aprimoramento técnico, a percepção de como cada detalhe é essencial contribui para um melhor impacto do todo da obra no observador.
Mais informações sobre o artista na Revista DIGITAL ARTRILHA. Download gratuito em: https://ednacarlastradioto.com/2020/08/13/revista-artrilha/
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br
