Fazer retratos é um desafio. Toda imagem humana, independendo da técnica, é uma interpretação, porque está baseada em escolhas. Cada quadro, nesse sentido, é a expressão de diversos saberes, tanto do modo de fazer como da maneira de sentir. Na somatória desses aspectos, a obra se realiza.
Ceres Carnio (@ceres.carnio) trabalha detalhamento de fios de cabelo, marcas na pele, tonalidade e brilho dos olhos, abertura dos lábios e gestos do rosto para compor conjuntos harmoniosos, que só existem porque cada detalhe foi realizado na busca do encontro do esmero do fazer com a delicadeza do perceber.
A imagem que surge, portanto, está caracterizada por diversos processos. Por um lado, há um aprimoramento técnico constante baseado na pesquisa e na busca de soluções técnicas. Por outro, existe o entendimento da arte como uma maneira de captar almas. Construir um retrato, nesse sentido, é um estudo humano.
Ceres Carnio entrega em cada uma de suas figuras a impressão digital de uma alma. Está ali um ser visual que ganha a autonomia da tela por ter sido feito com habilidade e sensibilidade. As imagens que surgem são criações que fascinam não por parecerem reais, mas por serem manifestações de um trabalho em progressivo aprimoramento intelectual e afetivo.
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Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br