O que leva alguns artistas a serem lembrados enquanto outros caem no esquecimento da história? A questão é importante e complexa. O talento é fundamental, mas há também uma conjugação de fatores. O importante é, sempre que possível, trazer à tona nomes com trabalhos de qualidade que muitas vezes precisam ser resgatados.
É o caso da obra de Mona Gorovitz. Gaúcha de Cruz Alta (1937), mas radicada em São Paulo, SP, desenvolve, entre os anos 1950 e 1980 uma trajetória como pintora, desenhista e ceramista, além de realizar belíssimos croquis de moda. Frequentou os ateliês de Alfredo Volpi e de João Rossi, entre outros, construindo um trabalho predominantemente abstrato.
Mesmo nas obras em que a figuração se faz presente, demonstra um senso peculiar de liberdade na maneira de trabalhar o espaço. As áreas de cor têm um papel fundamental para conduzir nossos olhos por uma caminhada visual e artística que inclui, entre outras exposições, duas participações em Bienais de São Paulo (1959 e 1967).
A sua forma de lidar com as imagens inclui, por exemplo, o uso de manchas e sinais de taquigrafia em obras de técnica apurada, caracterizadas por uma visão marcada pelo desejo de expressar a sua peculiar visão de mundo. Tomara que, em breve, a história possa lhe fazer justiça como criadora que desempenhou um papel a ser melhor conhecido na arte nacional.
Conheça mais do trabalho de Mona Gorovtitz em: https://www.facebook.com/monagorovitz/
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br