Arte em tempo de coronavírus (568)
A arte possibilita mesclar o real com o imaginário de modo a criar situações inusitadas marcadas pela criatividade e pela capacidade de cada artista gerar imagens surpreendentes, que se abrem para interpretações que possibilitam reflexões que abarcam diversas áreas do conhecimento.
Maike Moreira é um desses artistas que nos traz elementos visuais que funcionam como gatilhos de um repensar crítico do mundo que nos cerca. Em um momento de pandemia em que a natural do existir se soma à onipresença de mortos e adoentados por todo o mundo, sua obra ganha novas dimensões.
Ao se observar duas aves de rapina, portando suásticas, à espreita de uma criança fragilizada, diversas alusões são possíveis. A mais importante delas, porém, parece ser a de lançar um alerta contra qualquer tipo de violência e de autoritarismo que possa ameaçar a sociedade e, especificamente, as próximas gerações.
Artistas como Maike Moreira traduzem seus pensamentos em imagens, dando a suas visões de mundo peculiares composições. Assim, suas obras trazem desafios permanentes nos quais o conjunto traduz um sentimento de pertencimento e de questionamento da realidade, na qual uma sociedade democrática baseada no amor ao próximo deve ser preservada.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br
