Se há um universo que passou por grandes transformações durante a pandemia, é o da educação. Ainda não se tem certeza de qual direção será tomada, mas já está evidente que, em todos os níveis de ensino, parte das mudanças vieram, de fato, para ficar – e será necessário, é claro, avaliar essas transformações.
A obra “A Escola e a Pandemia 1”, de Erico Alves de Oliveira, de São Paulo, SP, traz justamente uma reflexão sobre todo esse processo em que aulas são gravadas por celulares ou por outros equipamentos para serem compartilhadas com alunos. Naturalmente, surgem questões sociais sobre como esses conteúdos são gerados e recebidos.
A tecnologia perpassa as discussões sobre as condições dos educadores para gerar seus conteúdos e, principalmente, dos estudantes em termos de acesso à internet para usufruir aquilo que está disponível em plataformas ou que ocorre ao vivo. Todo esse processo é complexo, amplia desafios já anteriormente presentes e apresenta novos.
A imagem de Erico Alves de Oliveira traz escorridos e trilhas no piso que acabam por funcionar como metáforas dos caminhos da educação neste momento de pandemia e no futuro próximo e distante. Se Glauber Rocha disse que o Cinema Novo era "Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça", hoje podemos dizer que a educação será “um celular na mão com muitas ideias”.
Esta obra faz parte da Coletânea do Projeto Dias de Reclusão.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br