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Beto Brusantin

Beto Brusantin

Diálogo entre a luz e o vidro

O universo da fotografia tem na luz um de seus elementos essenciais. Muito mais que enfocar o assunto, o profissional da área precisa desenvolver recursos técnicos que lhe permitam realizar um trabalho diferenciado, marcado por um olhar sobre aquilo que deseja representar.
  Nascido em Piracicaba, em 1958, Beto Brusantin revela grande apuro em sua pesquisa visual, que o levou pelas veredas do universo feminino e pelas taças e canecas penduradas num bar, entre outros temas, com as possibilidades presentes no trato do  fogo, seja numa fundição ou num fogão de cozinha.
  A forma bem pessoal de tratar com a luz se evidencia fundamentalmente, por exemplo, na produção proposta para apresentar um barco em São Sebastião ou uma antiga chaminé. São duas obras em que a poética do fazer se articula com um processo de construção que salta aos olhos e chama a atenção para a imagem.
  O impacto da série elaborada a partir do diálogo entre o vidro e a luz talvez seja o que melhor define as preocupações de Beto Brusantin em relação a um resultado final que obtenha o máximo possível a partir de um assunto aparentemente banal, como taças e canecas.
  A poética desse trabalho se instaura ao atingir em cada imagem uma visibilidade lírica, seja na cor ou na disposição das formas. Existe um processo de seleção e combinação de elementos que permite a criação de um conjunto de inegável expressão plástica.