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Astrid Esslinger

Astrid Esslinger

Humano, muito humano

O fato que mais chama a tenção na poética visual de Astrid Esslinger é a sua fascinação pela figura humana. Não se trata, no entanto, de uma visão anatômica daquilo que nos diferencia dos animais. Pelo contrário, a sua visão até nos aproxima deles no sentido da busca daquilo que existe de mais essencial em cada um de nós.
  A principal expressão desta artista nascida em Linz, Áustria, em 3 de março de 1958, está na maneira de observar o ser humano como um ente que tem muito a declarar e talvez nem sempre com a possibilidade de emitir essa visão de mundo. O modo como Astrid se vale do desenho e da pintura funcionam, nesse aspecto, como uma espécie de grito.
  Não se trata, todavia, de um desespero ou agonia contida, mas de uma afirmação de intenções regida pela constante inquietação de um pensar que valoriza a visualização do cotidiano. Existe a revelação de ver nas pequenas coisas a razão da existência, numa recusa da teatralização em que estamos inseridos.
  A vida, na visão de Astrid Esslinger, é uma questão de atitude e de ação. Há em sua arte justamente essa proposta de não ser passivo no pensar e no agir. Daí seus traços plenos de vigor indicarem a esfera humana do dia-a-dia como perfeitamente legítima para instaurar um estar no mundo em que toda ação plástica se torne um sincero manifesto pelo simples fato de ser, como é a obra da artista austríaca, autêntica em sua proposta e em sua expressão.