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Andréa Barata

Andréa Barata

Diário de imagens

A construção de um conjunto de imagens exige o desenvolvimento de um pensamento que está além da mera técnica e do estudo do uso de materiais. Torna-se essencial um percurso pelas veredas do conhecimento plástico para que a poética visual expressa na tela seja uma expressiva interpretação de mundo.
  Andréa Barata adotou o inseto presente em seu sobrenome para estabelecer uma personagem de si mesma. A imagem pode acompanhar todo o seu trabalho desde que não se torne uma prisão, mas, pelo contrário, exerça uma função libertadora. É por meio dela que pode indicar soluções plásticas inesperadas.
  A barata é um caminho lúdico e vivencial de comunicar o que Barata pensa. Surge então o desafio de transformar inquietações internas em um autêntico processo artístico. O inseto se estabelece como um elo com o mundo, um diário que possibilita assumir posições e declarar sentimentos.
  A presença dos movimentos circulares, visível nos olhos e em diversas partes de alguns trabalhos torna-se um traço muito presente, quase uma digital, uma assinatura que aponta uma característica a ser cada vez mais aprimorada como maneira de apresentar a sua identidade plástica.
  As cores de Miró e a ousadia de Picasso são elementos progressivamente incorporados na construção do próprio fazer. Há um processo gradual de entendimento que a barata do sobrenome é a personagem a apontar o rumo para erguer uma artista Barata com uma pintura cada vez mais sólida no ato de pensar a própria pintura.