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André Renaud

André Renaud

Espaço de indagações

A importância do desenho como uma forma de o artista gravar a sua digital no trabalho e o uso do papelão como matéria-prima são dois elementos essenciais nas criações de André Renaud. Na forma de articular essas duas vertentes, ele consegue aquilo que a arte tem de melhor: o poder de indagar, instaurando um mundo plástico de incertezas.
  Nascido no Rio de Janeiro, em 1976, Renaud tem sua obra articulada dentro de algumas variáveis, como a arquitetura, a dialética entre a matéria e a ilusão e o uso do material descartado como uma possibilidade de afirmação da arte a partir dos mais diversos suportes.
  A discussão arquitetônica ocorre pelo questionamento do espaço como um local em que a obra plástica se realiza. Sua exploração, nas dobras do papelão, por exemplo, envolve inclusive a derrubada dos limites rígidos entre o bi e o tridimensional, pois ele pode ser articulado de diferentes formas e ganhar novas visões e significados.
  Quando se pensa naquilo que é realidade e imaginário, a arte de Renaud estabelece um outro debate, pois seu trabalho lida sempre com temas viscerais, como até que ponto se deve acreditar naquilo que se vê.
  Tudo, nessa ótica, não passaria de uma representação. Ganha então o aspecto ideal com o suporte do papelão, pois este, ao ser geralmente destacado e ter a forma ortogonal insere na pesquisa de André Renaud indagações que lhe são muito caras, principalmente no que diz respeito ao próprio sentido da arte.
  O artista oferece em cada pesquisa um pensamento marcado pela visão da arte como um espaço de interrogações sobre o sentido das representações. Não se basta com o domínio da técnica, mas busca atingir o âmago do ser humano, tarefa difícil e ingrata, mas que abre infinitas e poéticas possibilidades.