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Alair Fogaça

Alair Fogaça

O sorriso na arte de modelar

A arte de modelar o barro, queimar, dar acabamento e pintar a matéria envolve uma série de processos técnicos e escolhas visuais. Alair Fogaça realiza esse caminho de forma praticamente autodidata, guiada pela intuição e por sua forma de conceber plasticamente o mundo.
  Sua escultura deforma a realidade, acentuando detalhes e, acima de tudo, construindo personagens bem-humorados, marcados pelo exagero formal como resposta a uma realidade que alguns artistas insistem em representar de maneira ordenada, como se fosse uma fotografia.
  Alair adota outra atitude. Em seu pensamento, ela parte do real, mas o transforma. Via caricatura, o deforma e reorganiza de modo lúdico. Sua visão tem como elemento primordial um sorriso irônico que vê tudo, numa mescla de singeleza e espírito crítico, como num grande teatro de marionetes.
  O espírito jovial que leva a artista a criar com alegria é perceptível nas formas arredondadas. Ao representar personagens da dança conhecida como siriri, típica do Mato Grosso, ou em imagens de maternidade (mulher grávida, dando à luz com intenso realismo e amamentando) estabelece uma expressão muito pessoal como ceramista.
  Alair Fogaça obriga a olhar  entorno de uma nova maneira. Seu humor propicia a representação dos mais diversos tipos sociais e situações cotidianas, com a forma diferenciada que caracteriza trabalhos artísticos de qualidade, encontrando no mundo conhecido o ponto de partida para estabelecer uma realidade própria.