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As irmãs Brontë

As irmãs Brontë
09/02/2018

 

 

Em um momento em que  sociedade discute tanto o posicionamento da mulher na contemporaneidade e a maneira como ela foi tratada ao longo da história, o filme “To Walk Invisible: The Lives of the Brontë Sisters” traz para o centro da cena três das maiores escritoras inglesas sob o foco de como conseguiram visibilidade numa sociedade machista.

 

A família Brontë, que incluía também o severo pai e um irmão alcoólatra,  frustrado em seu desejo de ser escrito, é mostrada no período de 1845 a 1848, marcado por importantes publicações das três irmãs: 'O Morro dos Ventos Uivantes', de Emily; 'Agnes Gray', de Anne; e 'Jane Eyre', de Charlotte.

 

A vida sem atrativos de uma pequena vila inglesa contrasta com a capacidade das irmãs de escrever poemas e narrar. Mas, para publicar essas produções, tiveram que financiar as próprias edições e utilizar inicialmente pseudônimos que não as identificassem como mulheres.

 

O filme traz pistas para penetrar no universo das Brontë. Parece ser bem provável, por exemplo, que boa parte da capacidade narrativa delas tenha se desenvolvido nas brincadeiras de criança, onde criavam ricos mundos fictícios. Além disso, apresentam grande capacidade de olhar e interpretar o mundo circundante com rigor e senso crítico.

 

Oscar D’Ambrosio, jornalista, mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, é Doutor em Educação, Arte e História da Cultura.